Quinta-feira, 11 de janeiro de 2024
No contexto business-to-business (B2B), as empresas descobririam que para além de estratégias complexas e bons negócios, é possível conquistar clientes com uma boa conversa. O fenómeno dos podcasts é algo que tem vindo a inundar as nossas vidas e as empresas devem considerar introduzi-lo nas suas estratégias de conteúdo.
No setor B2B, mais do que um e-mail formal ou uma apresentação de PowerPoint, temos de ser human-to-human. O podcast consegue humanizar a empresa ao conferir-lhe uma identidade mais “quente”, onde se pode mostrar ao mundo que somos mais do que números e lucros – somos seres humanos apaixonados pelos nossos negócios. Esta plataforma permite demonstrar aos clientes o que está por detrás da empresa: pessoas, conhecimento e a sua paixão pelo mercado.
Segundo um inquérito realizado pelo LinkedIn, 44% dos CEOs, vice-presidentes, proprietários e C-level ouvem podcasts. Os podcasts permitem uma entrega de conteúdos com maior profundidade, possibilitando discussões sobre tópicos que sejam pertinentes. Isto é crucial no B2B, um mercado onde as audiências procuram informações detalhadas sobre cada setor.
Assim, porque os podcasts podem ser uma boa aposta?
Em comparação com outras formas de conteúdo, a voz humana transmite emoção e personalidade, o que pode estabelecer uma ligação mais profunda e relacionável com a audiência. A produção consistente de podcasts mantém um envolvimento regular com o público, colocando as empresas no top of mind. A interação contínua ajuda a criar uma sensação de familiaridade e fiabilidade – irá contribuir para as relações a longo prazo, essenciais à conjetura do B2B.
Adicionalmente, a partilha regular de ideias e perspetivas sobre temas relevantes para o negócio aumentam a credibilidade e autoridade. E quando falamos de credibilidade, nada supera uma boa conversa com especialistas e líderes do setor. Ao associar a empresa com estas figuras e participar em trocas significativas, é possível abordar questões atuais, oferecer soluções inovadoras e demonstrar o seu conhecimento pelo mercado.
Outra clara vantagem é o facto dos podcasts abrirem as portas dos bastidores, onde as empresas podem revelar histórias engraçadas, experiências inusitadas e a sua verdadeira cultura organizacional. E quem não gosta de conhecer o lado mais descontraído da empresa?
Até porque os podcasts não são apenas para impressionar os “de fora”, são também um palco para os talentos internos brilharem. Destacar as experiências e conhecimentos da equipa faz com que cada um se sinta a estrela do escritório. Isto pode aumentar a satisfação e moral dos colaboradores, mas também criar um maior sentimento de pertença e orgulho nas contribuições para a empresa.
Por fim, para quem tem budgets apertados fazer um podcast não exige uma fortuna. Tudo o que precisamos é de um gravador e algumas ferramentas básicas de edição de áudio – e, claro, uma pitada de bom gosto. Preparar os conteúdos e os convidados de forma prévia para que tudo seja um sucesso e quando terminado, promover o podcast online de forma orgânica, pelos multicanais das empresas.
Um exemplo próximo deste tipo de conteúdo para o mercado business-to-bussiness é o podcast “Tech Flow” da Warpcom. Durante cada episódio, os especialistas partilham de forma franca os equívocos comuns cometidos por organizações nos seus projetos e estratégias de transformação e modernização tecnológica. Além disso, discutem as tecnologias mais adequadas para diferentes contextos, destacando exemplos e casos de sucesso que podem servir como fonte de inspiração para o desenvolvimento de negócios.
Num mercado onde todos desejam serem ouvidos, ter um podcast pode diferenciar as empresas dos seus concorrentes. É uma forma única e personalizada de dar a conhecer a empresa. Por isso, da próxima vez que estiver a pensar numa estratégia de conteúdo para o seu negócio, considere apertar o botão de gravação e convide-se para uma boa conversa.
Sócia fundadora e CEO da Martech Digital, acumula mais de 18 anos de experiência em Marketing, Comunicação e Vendas para o setor das Tecnologias, mercado B2B. Contribuiu para o desenvolvimento da área de Marketing e Comunicação de mais de 150 empresas nacionais e internacionais. Licenciada em Informática de Gestão e com formação executiva em Liderança pela Universidade Católica de Lisboa, é mestranda em Gestão de Marketing no IPAM Lisboa e Facilitadora LEGO® SERIOUS PLAY®.
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