Abertura oficial do evento foi marcada por pontuar os desafios do mercado digital português e necessidades de mudanças em empresas e governo

Redação: Renata Ferraz
Edição: Gabriela Manzini

Neste 20 de março, aconteceu o primeiro EXPO Fórum Digitalks Lisboa 2019, marcando o início de novas iniciativas públicas e privadas no mercado digital português. O evento contou com a presença do Secretário de Estado da Economia, Dr. João das Neves, abrindo o dia e explicando a importância das mudanças que os profissionais e empresas enfrentam hoje.

Sua fala foi direto de encontro com o primeiro keynote do fórum, o consultor, docente e especialista em varejo, Fred Rocha, que começou o dia falando um pouco sobre a Transformação Digital a partir de uma roupagem direcionada à audiência lusitana. “O que o mercado chama de crise, na verdade é uma grande mudança. Se não adequarmos os negocios a essas mudancas, viraremos estatísticas”, explanou Rocha, que é considerado um dos oradores mais requisitados na América Latina para o tema de varejo.

Ainda parafraseando sua mãe em tom de brincadeira no palco, adicionou: “não dá mais pra brincar de vendinha”.
Para o especialista, faz sentido ter dificuldade para mudar o mindset, uma vez que aprendemos a ser técnicos na faculdade em vez de aprender a fazer negócios. “Estudar o negócio é muito recente e diria que nós fazemos negócio como fazíamos no início dos tempos. Crescemos pela nossa competência técnica, os negócios são passivos com poucas atuações. [Por isso] de um tempo para cá estamos vivendo uma verdadeira revolução nos negócios”, disse o palestrante.

“Somos todos varejistas”

Entender o que acontece com o consumidor hoje é fundamental. Se antes era “sentar e esperar”, hoje “o peixe (cliente)” não aparece mais assim.

A mudança cultural em que os negócios passam estão transformando empresas e pessoas. Para tal, Rocha pontuou as habilidades que trouxeram os negócios até o momento atual e como passar por tais modificações de uma forma consciente.

“O que é o intangível?!”

Explicou como somos acostumados com o “ter” e que o intangível representa aquilo que não se conhece pegar. Mas a história nos ensina a investir nossos recursos em coisas que conseguimos pegar. E então, como ficam os novos valores culturais que se diferem daqueles que aprendemos com nossos pais e avôs? Quando temos que acreditar no que não se vê?

A revolução atual se pauta por aí: aprender a investir onde não se vê. Mas, para chegar aos resultados precisamos passar por essa mudança.

“A gente só ganha dinheiro resolvendo os problemas dos outros.”

Para montar os negócios nos dias de hoje precisamos de outras características, que podem ser pensadas como degraus de uma escada.

O primeiro a se pensar é entender o propósito do negócio. Se antes as pessoas montavam um negócio para ganhar dinheiro, hoje entende-se que o dinheiro tem que ser consequência de um bom trabalho. “Se não, seu negócio não vai pra frente”, simplificou o especialista.

Uma forma de entender seu propósito como negócio, é olhar para o seu cliente. “Os clientes são os melhores colaboradores do negócio. A venda termina quando o cliente volta. Para ele voltar, você sempre tem que deixar o porquê. É dando que se recebe”, disse, salientando que o propósito precisa ser legítimo e “não pode enganar ninguém”.

A frase mágica para entender sobre propósito? “A gente só ganha dinheiro resolvendo os problemas dos outros.”

“Investimento em pessoas”

Seguindo a escada, o segundo degrau são as pessoas e o investimento em capital humano. “Se não investirmos em pessoas, não temos um negócio para o futuro”.

“Inovação trabalha como facilitador para o seu propósito chegar até o seu cliente”

O terceiro degrau se dá pela inovação, mas como inovar o negócio em meio a tantas opções no mercado de hoje?
Fred Rocha explicou que a inovação vem, na verdade, em pensar em meios de como facilitar para o propósito do negócio chegar até o cliente-alvo. “A inovação é fazer algo que faça com o que seu propósito chegue de forma robusta para seu cliente.”

“Tecnologia para levar o seu propósito para mais pessoas”

O quarto degrau da transformação dos negócios é a tecnologia. Até é possível inovar sem tecnologia, mas a tecnologia permite aumentar a escala da inovação e, em tempos de digital, é necessário ter tecnologia para tal.

“A comunicação serve para contar ao seu cliente qual é o seu propósito”

Ok, a Comunicação vem como quinto degrau. Mas, afinal, para que serve a comunicação? Este investimento é intangível? Estas foram algumas das questões levantadas para fomentar reflexão entre os presentes do EXPO Fórum Digitalks Lisboa 2019.

Segundo o consultor, a comunicação hoje precisa ajudar a contar para o cliente como você pode ajuda-lo e qual o seu propósito para o mercado.

“O cliente não sumiu da loja”

Fred Rocha finalizou explicando que o cliente em si se tornou “intangível” dentro da perspectiva apresentada. Não é que ele sumiu das lojas físicas, ele só está presente em vários lugares ao mesmo tempo por conta da tecnologia no digital e mobile.

“O cliente não sumiu da loja. Ele está presente em todo lugar!”

DICA FINAL DO FRED ROCHA: em vez de manter velhas fórmulas empreendendo e vendendo, construa o negócio através do propósito.

Os pilares estão diretamente ligados à Transformação Digital, tema bastante abordado nos canais e eventos do Digitalks nos últimos dois anos. A temática segue com nova roupagem no próximo EXPO Digitalks, que acontece em São Paulo, em 28 e 29 de agosto, no Transamérica Expo Center.

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