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DGT/LX 2025: uma viagem ao futuro dos negócios

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Num quadro económico em que a transformação contínua emerge como o único caminho seguro para as organizações, o DGT/LX 2025 revelou-se um espaço crucial para debater ideias, explorar potencialidades tecnológicas e desenhar estratégias, de olhos postos no futuro dos negócios.

Durante dois dias, o Taguspark, em Oeiras, transformou-se num epicentro de inspiração, onde cerca de 800 participantes, mais de 60 oradores e dezenas de sessões e debates animaram esta intensa reflexão.

Marketing, negócios e tecnologia

Desde o primeiro momento, ficou claro que os vetores centrais do DGT/LX — marketing, negócios e tecnologia — estão hoje mais interligados do que nunca. Aliás, as intervenções desafiaram o público, de forma consistente, a repensar o modo como comunicamos, lideramos e inovamos.

Dennis Yu, Keynote do DGT LX 2025
Dennis Yu, keynote do DGT LX 2025

 

O primeiro destaque foi, naturalmente, o keynote speaker Dennis Yu, um dos maiores especialistas mundiais em marketing digital, que frisou a importância de utilizar a inteligência artificial (IA) como um co-worker, que é preciso treinar de forma coerente e estrategicamente orientada. A sua visão prática sobre o papel desta tecnologia no marketing deixou um conjunto amplo de novos desafios à audiência, entre os quais a relevância de se documentar tudo o que fazemos.

Seguindo a mesma linha de raciocínio, Bruno Oliveira, responsável pela gestão da marca Sumol Compal, desafiou as equipas a treinar competências críticas e a equacionar a relação com a IA como se se tratasse de um colega de trabalho. Afinal, ao contrário do que se poderia pensar, “a IA é uma ferramenta orientada para quem sabe mais, valorizando aqueles que têm pensamento estratégico”, defendeu.

No entanto, para retirar valor destas ferramentas disruptivas, é preciso fazer uma gestão inteligente dos dados, como destacou Adriana Liama, da Salesforce. Na sua apresentação, enfatizou a relevância que a estruturação da big data representa na alavancagem das valências da IA, em todas as fases do ciclo de contacto com o cliente. Com efeito, deixou a mensagem de que, nesta era dos AI agents, “a personalização é um progresso estratégico”.

Criar valor e experiências

Refletindo também sobre a importância da personalização, Marta Lousada, Digital Director da Perfumes & Companhia, abordou as questões da inovação no marketing, utilizando o digital como meio para criar experiências imersivas e para investir no poder do storytelling. Concluiu, então, que “o marketing está a deixar de ser apenas promoção para ser, cada vez mais, produção de valor”.

Num painel vibrante sobre emoção e experiência, André Calado (L’Oréal) deixou, igualmente, uma mensagem forte: “As pessoas não compram o que vendemos, mas aquilo que as fazemos sentir”. Esta ideia ecoou, aliás, em várias sessões: a verdadeira fonte de diferenciação no mercado não está apenas no produto, mas nas histórias e relações que conseguimos criar em torno dele.

E se a emoção é essencial, também o é a inteligência de dados — que permite personalizar essa experiência em escala. Armando Alves e Mariana Horta debruçaram-se sobre o desafio de equilibrar este trabalho analítico com a criatividade, mostrando que a hipersonalização ainda é uma fronteira a conquistar.

A presença da inovação e da tecnologia foi, portanto, uma constante em todas as palestras. Afinal, trata-se de uma urgência do presente, basilar para começarmos a desenhar os cenários do futuro.

Foi essa a mensagem deixada por Joeri Billast, conhecido como “The Web3 CMO”, que apelou à construção de comunidades autênticas: “O futuro do marketing passa pela criação de experiências imersivas e pela integração estratégica do Web3 e da IA”.

Liderança, networking e inspiração humana

Apesar do grande foco na tecnologia — com um inegável destaque para o papel transformador da IA — o DGT/LX 2025 também demonstrou a preocupação de focar temas ligados à componente humana neste setor altamente digital. Manuela Doutel Haghighi, Global Customer Experience Director da Microsoft, deixou uma reflexão importante a este propósito: “Inspirar pessoas vai ser a grande diferença nos próximos anos”.

Num painel em que três mulheres debateram a equidade, os papéis de liderança e o progresso, Linda Pereira, conceituada oradora, escritora, professora e empresária, sublinhou a importância de manter e de cuidar das relações interpessoais. Ideia que salientou na sua palestra sobre a importância do networking e da diplomacia no atual contexto económico. Afinal, são ativos estratégicos fundamentais para quem pretende criar impacto: “O networking abre portas, a diplomacia garante que elas permanecem abertas”, resumiu.

Vários foram os testemunhos da importância que a intervenção humana continua a ter, num tempo crescentemente pautado pela proeminência da tecnologia. Nesse âmbito, a questão da liderança revela-se fundamental, sobretudo num mundo em incessante mudança.

O exemplo de Rui Bairrada, Chairman do Grupo Doutor Finanças, foi muito elucidativo a este respeito. Numa palestra que misturou humor, vulnerabilidade e estratégia, o empreendedor — que passou de estafeta a CEO — lembrou que a adaptação é, hoje, uma competência-chave, indispensável para navegar o ecossistema tecnológico e para dar resposta aos desafios de uma economia global. Afinal, “para crescermos, precisamos de ser irrequietos”.

Com estes insights e testemunhos valiosos, ficou claro que o DGT/LX 2025 não foi apenas um evento. Tratou-se, acima de tudo, de um ponto de encontro para quem acredita que o futuro se edifica diariamente, articulando visão, coragem e colaboração entre pares.

De Lisboa para o mundo, fica então a mensagem: a transformação é inevitável; aquilo que cada um de nós faz com ela é, certamente, o que fará toda a diferença.

*Artigo em colaboração com a Webtexto

Webtexto

A Webtexto é uma agência de produção de conteúdos, que trabalha as áreas de Content Marketing, Marketing Digital e Informação.

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